Manhã
Poucas roupas me cobrem.
Não me protejo do frio que entra.
Pela janela entreaberta vejo
o que não pode ser visto
com olhos secos.
O dia se instala no quarto,
a alegria enche minha alma.
Voce está dormindo.
Pouca roupa, muito cheiro.
Meus dedos penetram seus cabelos,
entra pelo meu nariz seu perfume.
Minha boca vai em busca da sua,
sinto uma mão em minha nuca,
me detenho em sua boca,
e abafado digo
bom dia.