O Cantor Ficou Calado
O Cantor Ficou Calado
Eu vi um rapaz na rua.
Ouvi sua voz, cantando,
Sua alma nua,
Uma moça desenhando:
"Vários lábios com o meu toquei,
Fazendo a vermelhidão tornar-se brancura.
Mas apenas nos seus encontrei,
Sublime escravidão, uma doce tortura.
Já não sei, sem você, quem sou eu.
A menina dos seus olhos me prendeu.
A sua pele exala,
Um aroma florido.
Pobre de quem inala
Do seu perfume proibido.
A tua e a minha mão,
Palma com palma.
Nós unidos em uma canção,
Ora sim, ora não,
Feita com calma."
E em meio a multidão,
O cantor ficou calado.
Era grande a solidão
Por não tê-la ao seu lado.