Trevas

As trevas sangram,

devoram as asas das noites negras

e as estrelas do seu olhar

me consomem

em labaredas,

fogo e sexo.

As trevas ardem:

loucas entreabrem as persianas.

Um cavalo alado

quase pássaro,

quase príncipe

espia.

As trevas habitam

entre as entrelinhas das sombras

do disfarce:

vestígios da lua.

Pétalas de vento.

Solidão.

A noite

- palco e cáspite -

sangra nua

diante de um bela dona

que toca violoncelo

por entre as pernas.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 13/01/2008
Reeditado em 13/01/2008
Código do texto: T815534
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