Trevas
As trevas sangram,
devoram as asas das noites negras
e as estrelas do seu olhar
me consomem
em labaredas,
fogo e sexo.
As trevas ardem:
loucas entreabrem as persianas.
Um cavalo alado
quase pássaro,
quase príncipe
espia.
As trevas habitam
entre as entrelinhas das sombras
do disfarce:
vestígios da lua.
Pétalas de vento.
Solidão.
A noite
- palco e cáspite -
sangra nua
diante de um bela dona
que toca violoncelo
por entre as pernas.