DA INFÂNCIA À SUA VELHICE
Vou tirar uma soneca,
Enquanto espero essa boneca.
Quero inverter os papéis!
Quero estar em seus braços,
Não arrastado por seus passos
Ou debaixo dos seus pés.
Se eu sonhar, talvez perca o medo
De ser seu simples brinquedo.
Na sua escolha de diversão,
Para mim já é um tolo orgulho
Ser sua primeira opção!
Mas poderei estar no entulho,
Abaixo do alicerce dos seus desejos ,
Convivendo com baratas e percevejos,
Mais distante do seu coração!
Não vai durar a vida inteira...
Vou aproveitar a brincadeira!
Talvez essa paixão,
Acabe antes de mim!
Talvez somente assim
Consiga ter a importância
De fazê-la recordar de sua infância...
A vergonha e o arrependimento
Chegarão nesse momento
Ao perceber nessa idade
O quanto tempo ignorou a felicidade!