Ciúmes
Tenho ciúmes de ti quando o vento cioso,
Se enrosca em teu corpo de mulher,
E te rodeia e te acaricia, caprichoso,
E brinca com teus cabelos como quer.
Se envolve no teu agradável perfume,
E ao querer, silencioso, vai embora,
Oferecendo a mim um sabor ardume,
De inveja, desejo e a falta que aflora.
O vento injusto por mim passa cruel,
Deixando o teu suave perfume e a emoção,
De sentir na boca um gosto acre de fel,
No rosto triste, as lágrimas da paixão.
Se um dia a estrela da vida me for justa,
Fizer, por sorte, você me acontecer,
Por certo, serás divinamente augusta,
Me fazendo sentir prazer de viver.
Quero ser o vento suave a te tocar,
E na beleza do ser, te ver sorrindo,
Mergulhar no teu perfume e respirar,
Ficar te rodeando e nunca mais partindo.
Quero apenas que me dixe te falar,
Da porção que me envenena, do teu amor,
Como guardo meu sofrer sem te contar,
Como é estranho suportar tamanha dor.