ÊXTASE DA ALMA

À meia luz, o quarto envolto em magia,

Ao som dos acordes de uma suave melodia,

Do teu corpo, desenhava-se a silhueta...

Qual convite trazido por angelical estafeta,

A fria noite nos dava o ambiente propício

A que, do amor, se instaurasse o exercício.

As minhas mãos tomaram cada pedaço de ti,

Em suave passeio, a deixar-te fora de si,

Sem que seguissem uma direção determinada...

Com um toque eletrizante como não há nada,

Fiz, da rainha do amor, a musa do meu verso,

Que sussurrei aos teus ouvidos, em emoção imerso.

A força contagiante dessa improvisada poesia,

De cada carícia minha, em tua pele, fazia

Uma flor que se abrisse, a provocar em mim

A sensação de cuidar-te, como de um jardim

Em que se concentrasse toda beleza já sonhada,

Em que, pétala a pétala, de prazer fosse regada.

Estas mãos moviam-se como se, então, compusessem,

No corpo da mulher amada, poemas que enternecem,

Para formar, do amor, um encantado relicário,

Onde, o que é real, mistura-se ao imaginário...

E, já que em nós, amor e poesia caminham lado a lado,

Deles se faz o êxtase da alma, num florescer jamais sonhado.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 13/01/2008
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