A AMANTE 🫦
No crepúsculo da cidade, onde as sombras dançam,
Um homem se perde em reboladas sem fim,
Sem vértebras, como se o corpo fosse só um sonho,
Um movimento fluido, uma onda que não tem fim.
Ele desliza pelas ruas, entre risos e olhares,
Um artista da vida, um poeta em movimento,
Mas ao cair da noite, quando a lua se faz clara,
Retorna ao lar, ao seu amor, ao seu tormento.
Ela, deitada, como uma estátua de mármore,
Silenciosa, fria, como se o tempo a tivesse levado,
Vítima de balas perdidas, de guerras não travadas,
Um eco de um passado que nunca foi amado.
No quarto, a luz branda revela a cena,
Um amor que se esvai, como fumaça no ar,
Ele tenta tocar, mas a pele é um deserto,
Um campo de batalha onde não se pode amar.
Rebola, dança, mas a música é triste,
Um lamento que ecoa nas paredes do lar,
E enquanto ele se move, ela permanece,
Uma sombra, uma memória, um sonho a vagar.
Assim, ao fim do dia, entre a luz e a sombra,
Ele se pergunta se ainda há um caminho,
Se o amor é um ato, ou apenas um gesto,
Se a vida é um baile, ou um eterno desatino.
E no silêncio da noite, entre risos e lágrimas,
Ele se despede da dança, do corpo e do chão,
Pois no fundo da alma, ele sabe que a guerra
É sempre a mesma: a luta pela conexão.
Wallash Tom 🖊️