Luna
Você é frio e cachoeira
Eu sou calor e terra
Você é pintura, eu sou poesia
Na sua leveza, eu sou desajeitado
Na sua luz, eu sou sua sombra
No seu sorriso, quero ser teus olhos
No meu corpo você é o calor que desejo
No meu sorriso torto você é meu norte.
Você vê meu lado fotogênico inexistente
Eu viro fotógrafo experiente (de repente!)
Na estrada viramos andarilhos:
O Rock vira Samba onde o Mar virou Sertão!
Então viajamos sobre rodas e um só coração.
Por entre vegetação virgem, onde nada aflige
Exceto o frio que ali espreita solenemente
Sozinhos por entre a natureza divina
Peregrinos na Chapada Diamantina!
No caminho de pedras haviam flores
Haviam pessoas em união familiar
E nós, ali, de repente juntos em comunhão
Com Oxum na cachoeira: sua representação.
E no cravo juntos descansamos com o apanhador de sonhos
No sono, sonhamos, amamos, dormimos e rimos
E poderíamos repetir isso enquanto Cronos permitisse
“Abençoo a união desses seres”, Afrodite nos disse.
Caminhamos e refletimos. Em silêncio consentimos
Por entre ancestrais ali jazidos e relembrados por nós
Passamos, sentimos e entendemos: ali está nossa voz!
31/07/24
Dedicado a Eliene "Luna" Silva