O DESPERTAR DA MULHER MARAVILHA

No meio do dia, o sol em fulgor,

Dormia a mulher, a paz um dissabor,

Enquanto eu na lida, faminto, a esperar,

A mesa vazia, o estômago a roncar.

As redes sociais, um mundo encantado,

O tempo escorria, ela no celular, olhos vidrados,

Batendo penas sassariqueira, alheia ao lar,

Não costura, nem peixes, quer tratar.

E eu com a voz firme, um dia declarei,

“vou te entregar pra tua mãe, desse jeito não ficarei!”

A voz da firmeza renovou o eco no ar,

Um feitiço, um encanto, tudo a mudar.

Então, como névoa que ao sol se dispersa,

A casa reluz, a ordem se versa,

As roupas alinhadas, o fogão a brilhar,

O almoço à mesa, o amor a reinar.

Não mais nos vizinhos, nem redes a tramar,

Resplandece a vida, a paz no lar,

E assim, transformada, a musa eu vi,

Despertou em fulgor, meu lar, meu porvir.