Guri

Sem corda, sem arreio

Pulava no lombo, e descia as ruas a galope

Sem camisa, chinelinho de dedo

Ele sabia, era o momento do guri

Eu tinha certeza, ele gostava

Nós dois pelas ruas, cortando distância

Manso e gentil, eu arisco e encabulado

Outros tempos, da charrete

Dos fretes baratos, por trocados

Percorrendo ruas, em busca do pão escasso

Tempo bom, guri de outra época

Futebol descalço, goleiras de chinelo

Bola de carpim, parando para pedestres

Driblando pedras e adversários

As vezes tirava um tampo do pé

Amarrava uma tira de pano

E seguia a partida

Só acabava o jogo com o grito

De alguma mãe, sol posto

Suor escorrendo, placar discutido

Muitas vezes no grito

Voltavam os guri pra suas casas

No outro dia tudo de novo!

Paulo geovani
Enviado por Paulo geovani em 01/09/2024
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