EU PERDI A VONTADE DE QUERER
Eu perdi a vontade de querer,
Aos poucos me desfaço dos desejos e ensejos,
Que outrora unia nossos corpos e almas,
Lágrimas que outrora descia em nossas faces,
Não traduzem os desejos sórdidos de nossas respectivas existências,
Nossas vozes ecoadas em meio a multidão,
Desatinos de nossos caminhos e descaminhos,
Aos poucos caminhamos ao existir e tampouco ao desistir,
Eu perdi a vontade de querer,
A minha essência de não ser,
Existências e resistências que recobrem nossos corpos,
Se ao menos fossemos a flor que rodeia laboriosos caminhos e destinos,
Ou talvez o orvalho que recobre o silêncio de nossas silenciosas e entorpecidas almas,
Eu perdi a vontade de querer,
Ou talvez o desejo de não ser,
Nossas vozes ecoadas ao vento,
Lastimáveis fontes de sentimentos,
Contra fatos não há argumentos.