No Silêncio do Reencontro
Era o tempo de meias verdades
quando você me olhava com olhos de lua cheia,
e eu, sem entender as fases,
negava o que o coração já sabia.
Você, com a sabedoria de quem já amou e perdeu,
me guiava pelos caminhos que eu ainda tropeçava,
mas eu, cego na minha pressa de crescer,
não enxergava o presente que era você.
Os anos passaram, como folhas caindo no chão,
e o destino, com sua ironia, nos trouxe de volta.
Agora, com o desejo queimando em mim,
como fogo que nunca apagou,
vejo em seus olhos o mesmo brilho,
mas você, mestre da dissimulação,
esconde o que sente, finge que não.
Escrevo estas palavras,
não mais o menino que recusava o amor,
mas o homem que finalmente entende,
que entre nós, sempre houve mais que o acaso.
E se agora meu coração arde e o seu também,
não deixe o silêncio roubar o que é nosso.
Venha, sem máscaras,
pois o que deixamos para trás,
ainda nos espera, ainda vive.