As Crônicas de Um Sábio

Assim foi a vida

Mentiras contadas, mentiras sentidas.

Estados de prazer, estado de mentiras.

Meu leito de morte onde descanso

Minha gelada terra onde deito.

Porém, enquanto olhos as linhas retorcidas em verde da minha vida,

Percebo, revivo, repenso, concluo.

Que a vida foi bela, em sumo.

Ah! Nostálgico o dia em que nasci.

Nostálgicos períodos que vivi

Nostálgicos perímetros que corri

Belas bocas das quais beijei e deleitei.

Dessas bocas, uma delas, me casei.

Ao naturalíssimo momento da vida, criei

2 belas damas que um dia vi e cresceram.

E desse momento elas também viveram.

Mas enquanto vejo, em felicidade,

Meus últimos suspiros de humanidade,

Pensei,

Pensei que a vida não é parado, é momento

Pensei que a vida é plural, não singular

Pensei que a felicidade está nos períodos de ínfimo lugar

Lembrei daquele que me ensinou, sábio

Lembrei daquele que me criou, ávido

Lembrei daquele que me mudou, ácido

Lembrei daquele que terminou, clássico

Lembrei daquele que por mim suspirou, trágico

Fim, começo e meio,

Todos partes do mesmo corpo, seio

Todas sortes se completam, sei-o

Tudo aquilo que me fiz, creio

Teve aquilo que me pontuou, centro.

Eis meu último olhar,

Fechei-o, senti a brisa do mar,

Abri-o, senti o feliz estar,

Eis a vida.

A verdade só descoberta quando termina

A verdade desperta nas sinas

A vida que é esperta, serpenteia.

Vivi momentos de altos ventos,

Vivi lugares de baixos calores,

Esta é a vida. A

vida é o fim dos amores

O fim dos rancores

O fim dos atores

A metade dos tremores

Criada de muitas cores

Agora entendi.

A vida é engraçada, pertinente

Feita para todos não ou prudentes

É a igualdade e a complexidade.

E a definição única, só se entende

Quando está como a mim,

Debaixo de uma túnica

Onde escuto os choros dos meus iguais.

Agora sim, sei oque é, foi, e será.

Agora sim, sei oque esteve, estou e está.

Agora sim, sei oque a vida remete a.