"O tic-tac da Saudade"
"O tic-tac da Saudade"
No sentir da saudade, o relógio
tem ponteiros invisíveis,
marca no peito o compasso
de um tempo que não passa,
um instante que se repete sem fim.
Cada segundo é um suspiro,
um eco do que já foi vivido.
O coração, refém do passado,
guarda momentos que não voltam,
mas permanecem eternizados na alma.
O tic-tac é silêncio,
um sussurro que só se ouve por dentro.
Cada batida é uma lembrança
que transforma o presente em ausência
e o futuro em nostalgia.
No tempo da saudade,
não há relógio que conte;
é um ciclo sem começo nem fim,
um eterno retorno ao que se ama,
mesmo que esteja distante.
E assim seguimos a jornada,
com o relógio da saudade a pulsar,
transformando minutos em eternidade,
e a ausência em presença
no íntimo espaço do nosso sentir.
Rô Montano___________ ✍