Overdose de Amor - André Espínola

A manhã silente

Surgia exilada.

As cortinas seguravam

O dia

Com mãos sujas

E empoeiradas.

O quarto num Universo

À parte

Como pedaço do oceano

Não descoberto.

E ainda

Chovia

Noite.

Teu corpo

No colchão

Adormecido

Por

Entor-

Pecente.

Em coma,

Sangrando gozo.

Overdose de amor.

E eu ainda sendo levado

Pelo redemoinho

Do teu ventre.

Autores do Nossarte
Enviado por Autores do Nossarte em 12/01/2008
Reeditado em 12/01/2008
Código do texto: T813836