Primeiro Amor
Chama incandescente que nunca se apaga,
Vaza o tempo, atravessa vidas, sem idade,
Porque vem e é para sempre que se propaga,
Esta lembrança intensa de eterna saudade.
Solta no tempo, guardadas as esperanças,
Armadilha que nos segue, por toda a vida,
Somos apanhados em saudosas lembranças,
Mancha que marca o tempo por nós absorvida.
À noite traz o vinho que o coração flama,
Fazendo em pedaços essa antiga história,
Guardada pelo tempo, encontrando a chama,
Ardente que a vida eternizou na memória.
Morada do acaso e da paixão adormecida,
Não pela saudade, mas porque foi a primeira,
Preferida e por toda vida apetecida,
Eventual, eterna e distante companheira.
A chama sempre eterna do primeiro amor,
Repleta de dúvidas, desejos e vontades,
Vozes antigas que sempre ouço seu clamor,
Ao longe, ecoar de uma montanha de saudades.