O amor, um fardo.
Ah! O amor, esse fardo...
Fardo dos que se encantam
E se dispoem ao passo mútuo
E às aflições ligeiras
De diástoles coordenadas.
Amor, fardo de amantes,
Que se enlaçam em desejo
E segredam faustas horas
Pernas e bocas ansiadas
Hedonê de mil asas.
O amor, esse fardo...
Canto de pássaros
Ao ouvido de Tirésias,
Que regala nove vezes
A virtude femina.
E do amor nos resta o fardo
Do céu nos ombros
Às benesses da gloriosa
Unção dos corpos
Em profusão dadivosa.
O amor, esse fardo,
Eros, Philia ou Ágape,
Nos move a dimensões abissais
E aos mais profundos céus
Nos remetendo, enfim, ao caos.