O BEIJO

Aurora! Fulge a luz prima!

Chama lá fora os trovadores...

O beijo ao primeiro lúmen, nos albores

Ó lábios, onde o amante jubila!

Aí de mim quando sorri, teu cortejo!

Se na lucidez me faço o desvairado

Pelas juras, meu verso nunca terminado,

E pávido, vivo em núpcias com o desejo!

Tolo, ouvi ao louco e fui surdo ao sábio

Preteri a taça e escolhi o lábio...

Doce era o vinho, e infausto o beijo!

Fingiste uma lágrima, mas vi teu sorriso!

Torturas-me com o sonho, as bodas de Dioniso

E cantas por sobre meus ais, junto a lira em arpejo!

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Observação

“bodas de Dioniso” – Se refere a festins, celebrações

André da Costa
Enviado por André da Costa em 23/08/2024
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