O BEIJO
Aurora! Fulge a luz prima!
Chama lá fora os trovadores...
O beijo ao primeiro lúmen, nos albores
Ó lábios, onde o amante jubila!
Aí de mim quando sorri, teu cortejo!
Se na lucidez me faço o desvairado
Pelas juras, meu verso nunca terminado,
E pávido, vivo em núpcias com o desejo!
Tolo, ouvi ao louco e fui surdo ao sábio
Preteri a taça e escolhi o lábio...
Doce era o vinho, e infausto o beijo!
Fingiste uma lágrima, mas vi teu sorriso!
Torturas-me com o sonho, as bodas de Dioniso
E cantas por sobre meus ais, junto a lira em arpejo!
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Observação
“bodas de Dioniso” – Se refere a festins, celebrações