Vaga Paixão
Fiz-me poeira aos teus pés,
Joguei-me ao chão feito capacho,
Lambi tuas feridas como um cão
vagabundo, sem pedigree ou dono.
Fui ao fundo do poço, roí o osso,
fiz-me nada, tornei-me nada.
Ruí sob meu próprio peso,
condensado em meu coração,
petrificado feito pedra-ferro,
desprovido de qualquer emoção.
Ah! Se pudesse voltar no tempo,
valorizar-me, explorar-me, amar-me,
não me idiotizar por vaga paixão.
Não estaria aqui, neste fosso escuro,
que consome toda e qualquer razão!