Terna e Delicadamente
Orgulho não crê
Que pode haver algo mais.
Vaidade não vê
A cegueira apraz.
Oh! deuses profanos
Porque fizestes
Dos humanos
Só noite, só cais?
Ouvem-se vozes
Nos altiplanos
Que a simplicidade
Modela.
Doces vozes
Vozes belas
Discretamente
Sussurrando...
Perdestes os ouvidos
Dos simples
Caíste no limbo
Nivelado
Nada como as dores
Futuras
Pra lembrares enganos
Passados
O amor ama a modéstia
Não acica desatinos
O amor é um menino
Que sopra as velas da festa
Não espalha desavença
Não se alegra em intriga
Não cede a provocações
Mesquinhas
Não odeia
Não joga
Não briga
Só é luz e alegria
E quando não pode plantar
Roseiras em algum lugar
Deixa vir a primavera
Num sopro de luz e de cor
Para então florir o amor
E espalhar a semente
Terna e delicadamente.
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