Corais
Amei seus olhos — como amei a lua sem pudor,
desvirginada no eclipse de uma madrugada quente,
fazendo arder o espírito em chamas de animalidade.
Alcancei seu corpo no reflexo raso das águas,
repousado nas profundezas do querer,
emancipado em risos à flor dos lábios meus.
Pousada no campo gentil de meus prazeres,
— estende-se suas longas madeixas encaracoladas —
rabiscando um oceano de corais por meus abismos.
21 de agosto de 2024.