Denegado

A quem dedicamos amor,

Nos toma e não se explica,

Que amor também dedica,

E não se torna um favor.

E com zelo se entrega,

Bela flor do doce beijo,

O que nos volta é o sobejo,

Da boca que outro esfrega.

O amor tem uma janela,

Por onde entra o desejo,

É a figura no azulejo,

Da fera que se fez bela.

Nos olhos de quem dedico,

Horas dos meus pensamentos,

Eternos sonhos ciumentos,

Partirei e não te explico.

Pois paixão é uma porta estreita;

Melhor solidão na vida,

Que uma espera perdida,

Que um amor sempre à espreita.

JarbasTaboza
Enviado por JarbasTaboza em 21/08/2024
Código do texto: T8133723
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