Chover para cima
É tão claustrofóbico
Ser observado por você
Cada passo meu é pesado
A ponto de afundar profundamente
Na terra, meu ar expirado cai feito
Gelo castigado por gravidade
Meu corpo se apequena e aquieta
Virando estátua tímida sob
Sua ótica cheia de pressão
Petrificando com o calor
De seu olhar observador
Luz de sol não intencionalmente
Opressor
No seu sumiço, a noite se instaura
Tudo se torna mais leve
Começo a me levantar
Levitar, flutuar, chegando a voar
Meus dizeres sobem igual
Pássaros levantando voo
Eles se sentem tão livres quando
Me reconforto em minha própria
Companhia
E a água das coisas
Tão medrosa na sua presença
É transpirada, assumindo aspecto
De chuva caindo pra cima
Minhas frases apaixonadas
Se refletem nas gotas, reverberando
Pelo recinto, inflando meu coração
Balão de festa, pronto para estourar
De paixão
Apesar do conforto no frio da minha solidão
Sinto ocasional falta de seu olhar
Carregado de gravidade
Para voltar a ser teu petrificado
Prisioneiro