Devoto amor
Eu te amo da forma mais irracional que se pode amar
Tamanha é a devoção do meu sentir
E te sinto tão inteiramente
Em cada pedaço de mim
E meu olhar distante me denuncia
A cada doce memória tua
Te revivendo em doses exageradas de nostalgia
Eu te amo como se o amor fosse atemporal
E incapaz de morrer
Amo com a quentura de uma vela que não se apaga
Como um sol que deseja, obstinado, o amanhecer
E minha carne exala o cheiro bom de ti
Impregnado também na minha alma
Que baila extasiada dentro de mim
Eu te amo com o ineditismo de nunca ter amado
E se amei outrora, confesso: não rememoro
E a insânia me inclina covardemente
A amar o teu amor todo desajustado
E minha pele sucumbe às tuas inverdades
Como se te amar fosse misto de calmaria
Com a força incalculável de mil tempestades.