PEQUENO POEMA AO GRANDE AMOR PROIBIDO
Queria te falar, mas retruco e emudeço;
Queria te tocar, mas vacilo e me retraio.
Enlouqueço se minhas palavras suspiram por teus ouvidos;
Esvaeço se sinto meu corpo siamês ao teu.
As circunstâncias condenam o sentimento como proibido,
E faz-me deslocado na razão, no tempo e no espaço.
Tuas pegadas são trilhadas por outras que não as minhas,
E os braços que te abraçam não são os meus.
Mendigo teu sorriso, teu jeito, teu olhar;
O óbolo de tua presença garante minha subsistência,
E dilata a utopia de vir a ter-te um dia.
Arrasto-me na consciência reprovadora do que me invade;
Ergo-me no oceano da paixão que me domina:
Metade de mim te ama e a outra, mais ainda.