Mar
Peguei meu barco e me lancei rumo ao mar
Novas águas a explorar
Estava segura e certa
Sabia até onde chegar
De onde não poderia passar
Não tinha erro
Não seria mais do que aquilo no momento
Sabia até quando precisaria retornar
Mas o mar tem dessas
Ele prega peças
E de repente vendaval, marés e correntezas
Ondas grandes a enfrentar
Tempestade causou danos e deixou marcas
Me perdi. Não conseguia mais me localizar
A quem enganar?
Queria continuar ali
Na desordem a calmaria
Senti naquele lugar
Na imensidão não tinha espaço para mim
E as ondas me forçavam a regressar
Talvez tivesse que ser assim
Eu não preenchia o meu mar
E com lembranças fiquei
Meu melhor navegar
Aquele cheiro intenso
Cítrico e nada fugaz
Saudade da brisa
Tudo diferente
Do sol tocando minha pele
A água envolvente
Sentindo tudo ao estar
A paisagem mais bela que meus olhos podiam olhar
Os sons mais bonitos que podia escutar
De toda plenitude
Da felicidade ao respirar
E só quem passou algo assim entenderá
Que não havia água, não estou falando de mar!