Platônica

Imagem de sonho proibido

que decai numa maçã do Éden,

rubi esférico em beijo partido

infrutíferos amores que se perdem.

Olho para uma, olho para outra,

então choro bloco de sangue.

Sinto o amor como lavoura

— O verme que entra e me langue.

Todas moças são miragens do ideal.

Nunca o terei aos olhos do tato

o sonho de amar o real

corpo sem corpo, mas o tesão que capto.

Um tenro sorriso, a magia de carinho;

quero a doçura alva e tão inocente,

o expurgar de meus espinhos

na jardinagem fantasma desse ente.

Ela a qual se esconde em tantas sombras,

vejo-a na viga estreita das relações

amada quimera em forma sem pontas

num equilátero de ruas com amarrações.

Sou a rosa do desgosto, uma ópera

sem esboço; talvez um dia rir da comédia

que compensa a cólera

recaída nessa minha tragédia.

Beijo na minha paisagem nebulosa

de tantos homens que vi

só você, que o gênero foge e é formosa

a fantasia de ser amada por ti.

Paixão feminina em retrato de Sol...

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 14/08/2024
Reeditado em 14/08/2024
Código do texto: T8128961
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.