Nau louca...
Já desbragado e louco,
num caminho sem saber
e me importar tão pouco,
se eu vou ou não sofrer.
No rugir da tempestade;
Ao hino da acalmia…
Já não me importa a verdade;
Essa, que ela me dizia.
As amarras se partiram,
como louca navegou.
Vi seus lábios que sorriram;
Desdém, de quem nunca amou.
Velas de força eivadas,
num afastar… vilania.
De bandeiras desfraldadas,
levando o que eu queria.
Caduco foi o meu sonho,
pensando que era só minha
e num vendaval medonho;
Eu perdi… minha rainha.
Foi mulher, minha ternura
e Nau perdida no vento.
Apenas resta a ventura,
quedar-se no pensamento.
Seja a vida tempestade;
Reste em mim emoldurada.
Seja apenas a saudade,
do tanto… que foi amada.