Cativa
Cativa
Quando me atravessas com o teu olhar, calmo e arredio,
Minh’armadura se rompe, sob o ardor de dois sóis poentes
E o seu lume me compele a adentrar-te, como abrigo
desbravando teu universo, atracando meu coração reticente
Não consigo mais encontrar a pista de retorno,
Sigo tateando o caminho das tuas linhas sinuosas
Sem mapa, vou me perdendo em teus contornos
e me encontrando em tuas mãos estudiosas
Procuro-te entre as ruínas e a aurora do teu ser,
precipito-me em direção à tua fortaleza
e tomada entre teus lábios,me deixo abater
Sem nenhuma resistência, tens-me presa
Despoja-me, avança até me desvencilhar
da minha antiga matéria,desnecessária,
pra que enfim possas me encontrar
através das barreiras desta existência, ordinária