VENTOS CONTRÁRIOS
Como uma árvore à beira de um rochedo,
cujas raízes agarram-se fortemente,
para que não tombe à ação dos ventos,
sinto minha alma pesada pelo silêncio
que dói em mim, por um entendimento profundo,
na percepção do quanto é difícil aceitar a solidão
e atribuir-lhe o devido valor nesses momentos.
Lentamente, retorno ao centro de mim mesmo,
dentro do que ora entendo, ora apenas aceito.
Perdendo-me em revoltas e mágoas,
tentando reverter o que não acho direito.
Então, que eu fale menos e sinta bem mais!
Que eu aposte menos e planeje o que sou capaz,
resista, intua e perceba sempre
fazendo-me firme e presente,
para que ela não me abandone jamais!
Não queria mesmo perder-me.
Despencar do alto de mim...
Render-me aos ventos contrários
que carregam para longe as velhas folhas,
como se arrastasse também minhas escolhas,
numa agonia tão sem fim.
Quero e preciso entender minha natureza,
a compreensão exata de meu solo,
amor que mantém meu tronco de pé,
e não deixar de acreditar em quem amo,
que tem sido o estímulo mais verdadeiro
de minha força e fé...