Espera
Espera
Tua alma sorriu-me quase descrente,
um reencontro improvável, de repente,
mas teus olhos não me reconheceram
Tantos sonhos a mirar-me os adormeceram?
Seria este corpo roto que agora nos separa?
Espera-me, meu doce idílio!Preciso falar-te
Não partas pra onde não possa encontrar-te
Tento na língua achar uma estrada
mas escorrego e torno a imergir,
e passas sem me ver, alheio à batucada
que toca de dentro do peito, a me ferir
Espreito à janela dos olhos,em tua direção,
seguindo teus passos sem perder-te na multidão:
figuras sem rosto onde vejo tua face refletida
Pra te alcançar procuro brechas escondidas,
me esgueirando contra a muralha que te encerra
na esperança que me deixes entrar, dando guarida,
como em mm tens um porto que, paciente, te espera