LOUCURAS DE UM DESEJO
Quero, pois, ser a ti, os seus beijos,
Estes que talvez tanto procuras,
Para acabar assim, com os medos e,
As inseguranças, e também as loucuras de um desejo.
Que transborda-me ininterruptamente,
Fazendo-me querer mergulhar, insanavelmente,
De baixo do chuveiro contigo, e sonhar,
Como uma música a tocar nossos corpos,
Tão virginais quanto em espírito somos.
Seu olhar é como um feitiço, veneno,
Que adentra-me a pele antes do sol,
Que ao meio-dia vai se avançando e,
Inexplicavelmente, me consome!
Se tiver algo a dizer, diga, não mente!
Já que tenho abertura para receber,
Cada palavra sua dita como quiseres,
E disso, saberei o que poderei, enfim, fazer.
Pois é naufragado de sentimento,
Que minhas ternuras vão se perdendo,
Mas, sou tomado de teus lábios vermelhos,
Pelos quais, meus olhos são marejados de lágrimas.
Se tenho alguma coisa para dar-te,
Saibas que já guardei-a faz tempo!
Indeterminado, este espaço infinito,
Ou até mesmo, farei-te um quadro emoldurado.
Ausentes são tua luminosidade,
Quando só ver-te já não é-me bastante!
Então, devoras-me sem saíres do lugar,
Porque tudo o quanto reflete em mim, é mortal.
Nesta cidade crescente,
Afasto-me, e defendo-me de você,
Sinal de que não sucumbirei a tua vivacidade,
Uma vez que os sussurros dos quais dás,
Revela o quanto inquieto é o meu submundo.
Arrancando do meu peito o coração,
Ainda vivo para a eternidade servir-te,
Sendo o seu braseiro após a falta de luz,
Onde as velas não dão conta de serem acesas.
Poema n.3.091/ n.62 de 2024.