LOUCURAS DE UM DESEJO

Quero, pois, ser a ti, os seus beijos,

Estes que talvez tanto procuras,

Para acabar assim, com os medos e,

As inseguranças, e também as loucuras de um desejo.

Que transborda-me ininterruptamente,

Fazendo-me querer mergulhar, insanavelmente,

De baixo do chuveiro contigo, e sonhar,

Como uma música a tocar nossos corpos,

Tão virginais quanto em espírito somos.

Seu olhar é como um feitiço, veneno,

Que adentra-me a pele antes do sol,

Que ao meio-dia vai se avançando e,

Inexplicavelmente, me consome!

Se tiver algo a dizer, diga, não mente!

Já que tenho abertura para receber,

Cada palavra sua dita como quiseres,

E disso, saberei o que poderei, enfim, fazer.

Pois é naufragado de sentimento,

Que minhas ternuras vão se perdendo,

Mas, sou tomado de teus lábios vermelhos,

Pelos quais, meus olhos são marejados de lágrimas.

Se tenho alguma coisa para dar-te,

Saibas que já guardei-a faz tempo!

Indeterminado, este espaço infinito,

Ou até mesmo, farei-te um quadro emoldurado.

Ausentes são tua luminosidade,

Quando só ver-te já não é-me bastante!

Então, devoras-me sem saíres do lugar,

Porque tudo o quanto reflete em mim, é mortal.

Nesta cidade crescente,

Afasto-me, e defendo-me de você,

Sinal de que não sucumbirei a tua vivacidade,

Uma vez que os sussurros dos quais dás,

Revela o quanto inquieto é o meu submundo.

Arrancando do meu peito o coração,

Ainda vivo para a eternidade servir-te,

Sendo o seu braseiro após a falta de luz,

Onde as velas não dão conta de serem acesas.

Poema n.3.091/ n.62 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 10/08/2024
Código do texto: T8126065
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