GUARDADORA DE REBANHOS (BEATRIZ)
Tudo levou-me até você,
E da mesma forma, trouxe-te a mim,
Com o sorriso brilhante da noite e,
Os distintos segredos que guardas em si.
Que teu despertar seja em bons devaneios,
Dos quais encontram-se nos campos verdes,
Onde possas vir a manifestar-se seu encanto,
Como na novela a qual irei oferecer-te.
Sou fã do seu jeito de olhar,
Do seu modo de enunciar,
Das belezas divinas te tua fé,
E dos cabelos que movem-se ao vento.
Ao vir ao teu sublime encontro,
Quero, pois, ver-te como “musa lendária”,
Dando-me consistente, suas essências,
Que transfigura-se no poeta indomado,
Os poemas das luas tão cheias, e que,
Por sua vez, intensifica-se por completo,
Libertando nossas almas nas obras, e nada mais!
Por entre os vales e mares, ah, Beatriz, anjo,
Passo a contemplar-te como nunca fiz antes.
E entendo o quanto deixas-me descoberto,
Se eu soubesse disso, oh, legítima israelense!
Teria meu peito inteiro, escrito em versos, nisso,
Estaria, indubitavelmente, exposto após o inverno.
Como sois uma “guardadora de rebanhos”,
Vindo a pastorear o mais puro dos sentimentos,
Já que meu íntimo não mente jamais,
Quando verbaliza subitamente, cada equação,
Daquilo que em ti, os sentidos buscam.
É deveras, enlouquecedor, como consomes-me,
Ao ponto de querer convidar-te para um café matinal,
Após o ato litúrgico numa Igreja ou catedral,
E na mesma tarde de domingo, o cinematográfico dos clássicos,
Guiando-nos para a mais nobre das taças de vinhos,
No qual, apenas a “filosofia” é nos dita em tese,
Em um tempo muito distante, que não se perderá
Quando no crepúsculo da vida, nada de obsoleto será.
Poema n.3.090/ n.61 de 2024.
BEATRIZ NA SUA ESSÊNCIA - QUINTAS-FEIRAS