O Jardim de Helena
Helena cedo abriu a janela,
Mirou o jardim frente à piscina.
Água escura já foi cristalina,
O que foi verde estava cinza.
Mas dentro dela algo floria,
De onde vinha, Helena não sabia.
Longas noites, ela dormia,
Vivia presa sem ver o dia.
Helena, no seu cárcere planejado,
Olhou no espelho e viu borrado.
Pequena mesa apoia um jarro,
Regou as flores com seu cuidado.
Em meio ao cinza, vermelhas rosas
Trazia vida à casa morta,
Inspirando aquela que nela mora,
E enfim Helena abriu a porta.
Um novo dia chegou e Helena
Sentiu no corpo a dor que queima,
Foi à janela, sentiu-se plena,
Reviver o jardim valeu a pena.