EXALTAÇÃO A BELEZA

Às vezes fico pensando no momento

De total inspiração em que Deus foi tomado

E que tu nasceste.

O momento em que o onipotente

Extraiu-te

Das mais belas telas dos pintores,

Das mais encantadoras músicas dos menestréis,

Das mais românticas páginas dos poetas

E materializou-te como nós, mortais.

Talvez surgiste do eclipse de algum astro,

Ou és um anjo, assim um ser fantástico.

Quem sabe, o resultado apoteótico de uma primavera?

Ou levantaste do mar infinito

Que deságua no horizonte límpido

E multicolorido,

Pelo sol que se deita liquefeito?

Por Deus, de onde vieste?!

De onde assimilaste tamanha beleza?

Que tudo que é belo é pouco,

Que tudo que é divino é pouco,

Que tudo que é infinito é pouco;

Que faz de nós todos loucos,

Ébrios e rotos.

Questiono-me sobre tua beleza

E nada no mundo é bastante

Para exaltar-te.

E assim o poeta parte,

Taciturno e sonhador;

Sonâmbulo e apaixonado

Por esse ser fantástico e monumental;

Extraído só Deus sabe de onde

E de um momento de inspiração total.