SOBRE O AMOR

Amor, vírus que nas caladas vagueia;

Tenebroso inimigo atrás da porta;

Ilusório qual cantiga de sereia;

Que noz faz coração tolo e alma morta.

Desnorteia a quem os seus caminhos anda;

E naufraga a quem seus mares se entrega;

Traz quem ama a bobear numa ciranda;

E ao incauto sonhador tudo relega.

Por acaso o coração fosse de aço

Ou quem sabe nem existisse um no peito

O amor não agiria tão madraço

Tão satírico, mesquinho e sem respeito

É assim quem ama e segue seu caminho

A mitigar a ilusão e o dissabor

Coração a lamentar falso carinho

Contaminado nesse vírus que é o amor.

Demelirios Setenóva
Enviado por Demelirios Setenóva em 08/08/2024
Código do texto: T8124329
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