A MAIS PURA CONFISSÃO
No âmago da alma, um brado contido,
Eis que surge o amor, puro e querido,
Palavras que dançam, em dor e encanto,
Mas a responsabilidade é um manto.
Desconhecidos, em suaves lamentos,
Suscitam carícias, silentes momentos,
Sentimentos que brotam, como flores no chão,
Dois corações sensíveis, em doce união.
Oh, deusa distante, em altar sutil,
Teu coração resplandece, tão puro, tão gentil,
Na fragilidade, encontras a força,
Como o mais frágil dos seres, que a vida reforça.
Em diálogos claros, há luz e há sombra,
Entre risos e lágrimas, a essência se alombra,
Crianças em essência, sem malícias a pesar,
A pureza do amor, que não cansa de amar.
Mas o desejo, como sombra, se insinua,
Respeito e temor, na alma, a penúria,
Miseráveis somos, em destinos cruzados,
Por infortúnios que nos deixam encantados.
Aquieta-te, oh coração, na dor que abale,
Quem sabe um dia, a alma se liberte e o beijo cale,
Voando leve, em liberdade a dançar,
Aconchegada em ti, onde posso amar.