Uma flor que não fenece
Sob um céu anil, em tarde serena,
Teus olhos encontraram os meus, uma canção amena.
Mas o destino cruel havia traçado a cena;
Em vão foi o meu amor; os sinos lamentaram.
Em sonhos dourados, a vida recomeça,
Correndo em campos, nos braços da doce esperança.
Beijos roubados, eternas promessas, porém,
O despertar é cruel e à incerteza me entrega.
Os sinos ecoaram um lamento, um infortúnio,
Em meu peito, um vazio imenso, mar profundo.
A distância nos separa, um abismo sem fundo;
Preso a este amor, sou um náufrago sem rumo.
Nos sonhos, somos um, livres e sem amarras;
Em cada noite, procuro teu olhar,
Em cada sonho tento te encontrar,
Mas ao acordar, a realidade me desarma.
Os sinos, antes alegres, agora gemem, um eco distante;
Minha alma é ferida; mesmo ferido, meu amor não se apaga.
E em meu coração, tua lembrança permanece, uma chama viva;
Você é minha estrela guia, uma flor que não fenece.