A(mar) 2.0

Do amor, eu quero profundidade

Quero que ele seja um mar, no mínimo

Nele, quero estar imersa até o pescoço,

E ainda assim poder respirar

Quero o frescor de suas águas,

Mas não a sua frieza

Quero poder ter os pés no chão

Quero que nele se reflita o céu

E ele se afirme azul

Quero a inconstância de suas ondas

Quero a doçura da manhã e o sal da tarde

Quero poder deslizar entre suas moléculas

E me deslocar sem os pés no chão

Quero fazer a minha profissão de fé a Iemanjá

Quero nadar a favor da corrente

E, se eu afundar, com os meus

Próprios braços voltar à superfície

Afinal, já aprendi a nadar

Stella Durval
Enviado por Stella Durval em 03/08/2024
Reeditado em 28/09/2024
Código do texto: T8121177
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