agosto

Me dói lembrar que este agosto

É o primeiro, em anos, que não é nosso

Não haverá troca de presentes, e em meu dia não haverá você a me despertar com seus beijos em meu rosto

Sem espaço para aquela minha anual excitação, sem a concretização dos meus mais recentes planos

Não tem mais você ao meu lado para que, no teu dia, eu te receba do trabalho com um jantar inusitado

Tampouco serei eu aquele que, dez dias depois, você irá levar para aquele restaurante ou para quem fará um mês de comemoração

E começar o mês, que eu sempre ficava eufórico pra chegar por causa de nossos aniversários, com tal certeza

Me doeu de uma forma tão grande, e com a dor não teve gentileza

Ela chegou a se derramar, pelos meus olhos, sobre a mesa

E ao lavar a louça não pude evitar de lembrar mais da nossa dinâmica e ser totalmente tomado pela tristeza

Dói ainda mais saber que você está por aí e que, pela primeira vez, não viveremos esses momentos juntos

Que nem uma mensagem tua abrilhantará o meu dia e que em suas memórias eu sou hoje relegado a porta dos fundos