E O QUE SERÁ?
Será a síndrome do poeta ser eternamente incorrespondido?
Será a fonte de inspiração desejar o que nunca se tem?
Será a vez primeira aquela que nunca vem?
Será, meu Deus, e o que será?
Será a paixão desenfreada o torturar de um errante?
Será a paz desejada, um inferno a todo instante?
E esmolar tua presença satisfaz o eu amante?
Será, meu Deus, e o que será?
Será o dom de endeusar a quem se ama
Uma maneira de, simples mortal, não vir a merecê-la?
Será a mulher escolhida, num pra sempre, a mais distante?
Será, meu Deus, e o que será?
Será minha sangria desatada o teu vinho rascante,
Nos momentos em que te sinto cada vez mais ausente,
Pois que por minha omissão, lhe sou tão insignificante?
Será, meu Deus, e o que será?