Quanta dor!
não é rancor
É dor.
Aquele deleite
Hoje, mero enfeite
na parede descascada
Como se ontem fosse
Tantas conversas
todas jogadas ao léu
Nas travessas da sua rua
Um bonito pecado
Agora, resta um corpo negado
Rasgado
Às madrugadas, a travessura
Adultos brincantes
No presente, só lonjuras
Suas juras, mesmo escassas
Entre taças
Surgiam devassas
Imensidão
fruto intenso
Fulgás
É quase agosto, resta o silêncio
mórbida quietude
Finita
Nos corpos, a finitude
na vastidão do tempo
Não há tempo que sufoque
que suporte
O porte da lentidão que há
há um invento: um amor à beira do tempo