Canibal
Nos olhos teus, encontro meu desejo,
Um apetite que devora a razão,
Na dança das emoções, eu me vejo,
Consumido por tua doce atração.
Teu amor é um banquete de loucura,
Um prato servido com um toque fatal,
E eu, como um canibal em ternura,
Degusto cada instante, cada sinal.
O amor nos faz famintos, predadores,
Desejando cada pedaço de presença,
Em cada toque, mordida de sabores,
O prazer do consumo sem ofensa.
Quero devorar teus sorrisos furtivos,
Com a fome insaciável que me invade,
Como um canibal que não tem motivos,
A não ser a sede intensa da saudade.
Teus beijos, pratos principais do banquete,
São iguarias que saciam meu coração,
Cada encontro é um ritual que repete,
O sabor irresistível da nossa união.
Amor canibal, paixão que consome,
Uma força que devora sem piedade,
E entre devaneios, perco meu nome,
Entregue ao festim da eternidade.
Se este amor é canibalismo, que seja,
Pois em ti encontro meu alimento,
E no devorar, descubro que desejo,
Ser parte do teu ser a todo momento.
Nos teus braços, sou o faminto amante,
Entregue à dança do apetite voraz,
E como um canibal elegante,
Devoro o amor que em ti se faz.