NO MAR
Estávamos no mar.
Luz, solidão, amor e paz.
Ao longe: o horizonte,
acima: o firmamento.
Queríamos apreender cada momento,
para que o tempo
fosse de eterna permanência.
Para tornar física a essa essência
e registrar sua seqüência,
fizemos um relógio de sol,
posto na areia...
Com madeira e conchas!
Assim íamos registrando o nosso dia ...
Déz, onze, doze, quinze horas
e o tempo passa...
Adormecemos.
Sonhamos, talvez. Não sei!
Só sei que quando acordamos
o sol tinha partido
e concluímos:
que a noite ao chegar,
tinha levado, com suas sombras,
o relógio de amor que construímos,
nos deixando um recado, em silenciosa fala:
Somente o coração que tudo cala
é capaz de guardar o que sentimos