Aqui, desperto

Aqui te quero e espero

Aqui te penso e desejo

Aqui te venero e almejo

Não há som, não há vozes.

Um grito do peito

Um súbito uivo de ensejo

Um mero capítulo de terror

Num livro trancado, não há chave.

Vive com medo, com falta de amor

Vive com ansiedade, com toda essa dor

Vive com a idade, que a ti apressou

Sem ver que a vaidade, por ti reinou.

Não digas que não sentes verdade

Não digas que não vistes lealdade

Não digas amores pela metade

Este sou eu por autenticidade.

Alí te vejo, na vitrine misteriosa

Alí te encontro, te sinto de perto

Alí te beijo, e me sinto tão vivo

Encontraste minha chave, agora sou um livro aberto.