Amor-próprio

Ontem, senti uma pequena centelha de amor-próprio. Foi ali, no estacionamento do supermercado, que ela surgiu.

Fraca demais para emanar luz, mas suficiente para se infiltrar nos pensamentos com uma questão: "Por que não nos exercitamos nessas férias? Você estava tão bonito nos primeiros meses da pandemia, quando estava a se exercitar em casa, andando pela pequena varanda oculta por uma cortina".

Sim, eu estava vistoso. Parecia mais alto, mais disposto e até cabia em roupas antigas.

A diferença é que durante aqueles tempos de pandemia, eu me cuidava para outro alguém.

E ali, entre veículos, faixas e sinalizações, eu queria me cuidar para mim.

Francisco Grandiel
Enviado por Francisco Grandiel em 17/07/2024
Código do texto: T8108901
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.