Amor-próprio
Ontem, senti uma pequena centelha de amor-próprio. Foi ali, no estacionamento do supermercado, que ela surgiu.
Fraca demais para emanar luz, mas suficiente para se infiltrar nos pensamentos com uma questão: "Por que não nos exercitamos nessas férias? Você estava tão bonito nos primeiros meses da pandemia, quando estava a se exercitar em casa, andando pela pequena varanda oculta por uma cortina".
Sim, eu estava vistoso. Parecia mais alto, mais disposto e até cabia em roupas antigas.
A diferença é que durante aqueles tempos de pandemia, eu me cuidava para outro alguém.
E ali, entre veículos, faixas e sinalizações, eu queria me cuidar para mim.