Sobre o amor romântico

Num mundo em que,

O tempo é acelerado,

O individualismo exacerbado

E as tradições questionáveis,

Amar é ato revolucionário.

Não conforme as convenções,

Que pode atar o ser à infelicidade.

Muito menos, na fluidez

Das relações contemporâneas,

Em que só ganha lucidez

A ansiedade.

Mas amar enquanto verbo

Conjugado, quem sabe,

No gerúndio.

Ação em curso, sem fim

Nem finalidade.

Sem teleologia,

Ou ponto de chegada.

Intransitivo!

Construção cotidiana.

Apenas amar.

Porque o toque acalma,

O cheiro atiça,

O sorriso alegra

E o beijo enaltece.

Amar

Porque a presença transborda,

E a ausência completa.

Sem clichês,

E com todos eles,

Já que amor próprio tem regras,

Amar-te é sem porquês

E o romance é brega.