Mãos escorridas
Eu lembro de você querida
Perdida no tempo e na estrada
Esquecida e ferida
Você estava a beira d'água
Olhando as pequenas vidas
Limpou o beijo da bochecha
Lavou suas mãos delicadas
Seguiu andando sem pensar em nada
Cabelos cor de prata
Já estava velha
Vestia branco e possuía uma vela preta
A vela era para afastar
Os males que queriam voltar
Onde estão as lágrimas corridas?
Era doce essa história
Lembra-se da vida?
Lembrou-se até de matar
A poesia inacabada
E a mão vazia
Do lápis que não mais escrevia
Pois suas mãos não tinham nada
E ela não tinha o que falar.