Mãos escorridas

Eu lembro de você querida

Perdida no tempo e na estrada

Esquecida e ferida

Você estava a beira d'água

Olhando as pequenas vidas

Limpou o beijo da bochecha

Lavou suas mãos delicadas

Seguiu andando sem pensar em nada

Cabelos cor de prata

Já estava velha

Vestia branco e possuía uma vela preta

A vela era para afastar

Os males que queriam voltar

Onde estão as lágrimas corridas?

Era doce essa história

Lembra-se da vida?

Lembrou-se até de matar

A poesia inacabada

E a mão vazia

Do lápis que não mais escrevia

Pois suas mãos não tinham nada

E ela não tinha o que falar.

Ágatha Ternurie
Enviado por Ágatha Ternurie em 15/07/2024
Reeditado em 21/10/2024
Código do texto: T8107711
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