O Velho carvalho
Era um vale plano e de uma verdura sem par,
A um canto se elevava um grande e frondoso carvalho,
Uma escultura, uma árvore de estrutura exemplar,
Do outro, um campo rasteiro de trigo maduro,
Se espalhava como um tapete dourado a cintilar,
Quando o vento tangia as espigas a pendular.
Foi à sombra deste carvalho que conheci o amor,
E lá ficaram juntos, dois corações entrelaçados,
Eternizados na fortaleza do caule, bem marcados.
Em reverência a essa imagem, nos abraçamos,
Longamente, e por lá ficamos, apaixonados,
Nunca mais separados, sempre juntos; juramos.
O tempo selava a paixão em nome do amor,
Éramos almas gêmeas em um só coração,
Onde a felicidade em emoção se revelava,
Em um lugar que convidava a uma eterna situação,
Que nos unia sem nenhuma vontade de partir,
Pois cada um levava o desejo de permanecer aqui.
Foi um dia lindo, eu me lembro, um sol radiante,
Como um amante que sua amada espera apaixonado,
O trigo parecia dançar ao sol da manhã; uma beleza,
Nesta gravura onde faltava a criatura a desejar,
Esperar por todo tempo que o amor pedir,
E por ele ficar e nunca me afastar sem ti.
Era um velho carvalho ali, naquele vale, solitário,
Comtemplando do alto o horizonte sem fim,
A mim era solidário com sua sombra amena e fresca,
E eu ali sentado, angustiado, esperava a felicidade,
Que a porta do meu coração batia em vão,
Eu atendia na ansiedade, mas só encontrava solidão.