Devolva-me à vida
Ouça o que tenho a falar
Talvez um desabafo, uma súplica, vou abrir meu coração
Estou entre a vida e a morte, afogando em minhas próprias lágrimas
Veja o que fez ao meu coração, me fez acreditar que era amor, era ilusão
Me fez de palhaço e o sonho nada mais que um picadeiro sem plateia
Quando o amor é mais forte do que o meu próprio Eu
Me usa, abusa, judia, me faz sofrer, me torna um réu
Sou um desgraçado, vítima de um sentimento que me maltrata,
Fere e faz sangrar minh’alma, me faz sua vítima e, por dentro, me mata
Sou a pior das criaturas, desventurado, um efêmero mortal, órfão, sem coração
Minhas lágrimas são de dor e sofrimento, saudade e ilusão, sem compaixão
Por que o amor é tão cruel, me faz temer o futuro, o amanhã imprevisível?
Estou cego, perdido, solitário, condenado à própria sorte, um desprezível.
Todo dia é noite e a luz do luar perdeu seu brilho, agora é luto
Estou beirando a morte, implorando para que tudo se acabe,
Não existe mais sentido, não existe uma razão, e por isso peço: leva-me
Piedade deste imortal que sonhou com as estrelas e acordou em pesadelos
É um mundo que está entre o bem e mal e o final me dá medo, é mistério
Seus segredos são martírios, uma melancolia que me tira a paz, dá desgosto
E o amor que tanto amei, já não mais sei, é um sentimento de vazio
Mergulho minhas tristezas, na esperança de que o amor apareça
E, sobretudo, suplico, me devolva à vida!